Financiamento
Resumo
As necessidades individuais e as opções disponíveis para o financiamento de editores de acesso aberto Diamante são, em grande medida, influenciadas por fatores contextuais. Os serviços de publicação devem ser capazes de encontrar uma combinação adequada e sustentável de fontes de financiamento, que possam ser divulgadas publicamente e que não interfiram na tomada de decisões editoriais. Registar de forma estruturada a informação sobre o financiamento da investigação relativa aos conteúdos publicados é uma dimensão importante, tanto para a integridade de investigação como para o cumprimento dos requisitos dos financiadores
Texto principal
Um modelo de publicação baseado em subscrição proporciona um mecanismo de financiamento para a maioria das organizações de publicação, em que o acesso ao conteúdo dos periódicos está condicionado ao pagamento de uma subscrição ou a um acordo de leitura e publicação. Da mesma forma, os editores de acesso aberto Gold (Gold OA) dependem de receitas geradas pelas Taxas de Processamento de Artigos (APCs) direcionadas ao autor, à organização ou ao financiador. As organizações que se dedicam à publicação em acesso aberto Diamante (Diamond OA) não têm à sua disposição um mecanismo de financiamento tão conveniente, uma vez que o acesso aos periódicos não está condicionado a qualquer taxa para autores ou leitores. As publicações em OA Diamante são frequentemente financiadas por uma combinação de várias fontes de receita para sustentar as suas operações, sendo o financiamento monetário direto utilizado em conjunto com apoios não monetários (Bosman et al., 2021). Qualquer financiamento disponível e viável para atividades de publicação numa organização pode não ser o mesmo noutra. Isto destaca a necessidade de uma análise detalhada das necessidades de recursos e das opções disponíveis. Projetos anteriores identificaram alguns dos mecanismos de financiamento disponíveis e estratégias de redução de custos que são relevantes ao nível de periódicos individuais (Wise & Estelle, 2019), mas o conhecimento disponível ao nível organizacional ainda é muito limitado.
Os editores de acesso aberto Diamante (Diamond OA) são fortemente dependentes do país em que operam, da disponibilidade de infraestruturas técnicas existentes nas suas instituições de origem e de fatores organizacionais. Os mecanismos de financiamento público disponíveis para organizações de publicação na Europa variam consideravelmente (Laakso & Multas, 2023). Muitos países em todo o mundo têm portais de publicação nacionais ou regionais que oferecem a opção de publicação de baixo custo ou sem custo, do ponto de vista puramente técnico. Isto reduz a necessidade de obter financiamento adicional para a criação e manutenção do ambiente técnico de um editor OA Diamante. Quando aplicável, a relação entre os canais de publicação OA Diamante e as suas instituições de origem é crucial, uma vez que frequentemente constitui um canal para financiamento (monetário e/ou em espécie) e outros recursos de apoio.
Princípios de Transparência
A transparência sobre o financiamento aplica-se tanto à forma como o serviço de publicação de Acesso Aberto Diamante (Diamond OA) é financiado, quanto às informações de financiamento das publicações académicas divulgadas por esse serviço.
Um editor Diamond OA deve ter uma política claramente definida que aborde o modelo de negócio implementado e a conformidade com os requisitos dos financiadores e/ou com as políticas institucionais ou nacionais de Acesso Aberto (se aplicável). Independentemente da variedade de fluxos de financiamento, é essencial que essa informação seja declarada no site dos serviços de publicação Diamond OA, bem como nas páginas de informações dos periódicos individuais, de modo a aumentar a transparência financeira das operações
Deve ser fornecida transparência sobre os tipos de fluxos de receita e o seu destino, que podem incluir doações, fundos temporários, Voluntary Author Contributions (VAC), ou apoio institucional contínuo. Se o editor Diamond OA estiver aberto a financiamento externo, devem ser fornecidas políticas explícitas para a aceitação desse financiamento. As operações editoriais devem ser independentes e livres de qualquer influência das entidades que apoiam financeiramente o editor e as suas publicações. Se o editor Diamond OA pretender exibir publicidade, deve haver políticas formais e escritas para essa publicidade, tanto nas versões impressas quanto nas digitais.
No que diz respeito à gestão das informações de financiamento relativas à investigação publicada, os fluxos de trabalho consistentes devem permitir que autores, editores e revisores divulguem conflitos de interesse financeiros (na declaração de conflitos de interesse e nos metadados) e declarem abertamente todas as fontes de financiamento (nos agradecimentos e nos metadados).
Visão de longo prazo
Recomenda-se que os editores de Diamond OA tenham um plano de sustentabilidade, ou seja, uma estratégia para a viabilidade económica a médio prazo, descrita no site, que também detalhe a sustentabilidade do Acesso Aberto por meio de esquemas de trabalho cooperativo e de custos partilhados entre os vários intervenientes. Em termos de estabilidade a longo prazo, uma das formas de financiamento mais desejáveis é o apoio financeiro de instituições académicas e de organizações públicas, como ministérios ou agências de financiamento da investigação, cujo objetivo seja realizar ou financiar investigação. As contribuições não devem estar vinculadas a resultados específicos ou a grupos de autores.
Artigos relacionados com o Conjunto de Ferramentas
Diretrizes e Materiais de Formação relacionados
Referências
- Bosman, J., Frantsvåg, J. E., Kramer, B., Langlais, P.-C., & Proudman, V. (2021). OA Diamond Journals Study. Part 1: Findings. Zenodo. https://doi.org/10.5281/zenodo.4558704
- Laakso, M., & Multas, A-M. (2023). European scholarly journals from small- and mid-size publishers: mapping journals and public funding mechanisms, Science and Public Policy, 50 (3): 445–456, https://doi.org/10.1093/scipol/scac081
- Wise, A., & Estelle, L. (2019). Society publishers accelerating open access and Plan S: final project report (Version 1). Wellcome Trust. https://doi.org/10.6084/m9.figshare.9805007.v1
Leituras complementares
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- Chiarelli, A., Wojturska, R., Lujano, I., Foxall, K. (2023). Kick-off funding. Open Access Journals Toolkit. https://www.oajournals-toolkit.org/getting-started/kick-off-funding
- Chiarelli, A., Murray, S., Lujano, I. (2023). The costs of running an online open access journal. Open Access Journals Toolkit. https://www.oajournals-toolkit.org/running-a-journal/the-costs-of-running-an-online-open-access-journal
- Crow, R. (2009). Income models for open access: an overview of current practice. SPARC. https://sparcopen.org/wp-content/uploads/2016/01/incomemodels_v1.pdf
- Deville, J. (2023). Beyond BPCs: reimagining and r. e-infrastructuring the funding of open access books. COPIM. https://copim.pubpub.org/pub/beyond-bpcs-reimagining-and-re-infrastructuring-the-funding-of-open-access-books/release/1
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- Penier, I., Eve, M. P., & Grady, T. (2020). COPIM – revenue models for open access monographs 2020 (2.0). Zenodo. https://doi.org/10.5281/zenodo.4455511
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